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Raridade de 1975! Primeiro Chassi Lotus Éclat 520 Vai a Leilão Após Restauração Impecável


Lotus Éclat 520 chassi #1 de 1975 vai a leilão: peça inaugural da linhagem Type 76 renasce após restauração meticulosa

🚗 Lead Automotivo Técnico
Buxton (Reino Unido), 30 de julho de 2025 – O primeiro Lotus Éclat fabricado em série, chassi número 1, será leiloado pela casa britânica H&H Classics no tradicional Pavilion Gardens, em Derbyshire. Portando Certificado de Proveniência emitido pela própria Lotus, o fastback 2+2 de 1975 chega com estimativa pré-venda entre £14.000 e £18.000 (aprox. R$ 95 mil a R$ 122 mil) após restauração completa documentada. Único entre apenas 15 exemplares com antepara traseira vertical – solução que ampliou o porta-malas às custas de espaço para os ocupantes de trás – o carro percorreu cerca de 100 milhas desde seu retorno às ruas em abril de 2024, mantendo inspeção MoT válida até junho de 2026.

⚙️ Especificações do Powertrain
A ficha técnica original do Éclat 520 previa o motor Lotus 907, quatro cilindros em linha, duplo comando de válvulas no cabeçote (DOHC) e 1.973 cm³, alimentado por carburação dupla Dell’Orto. À época, o conjunto entregava em torno de 160 hp SAE, equivalentes a 158 cv (conversão obrigatória: dividir por 1,013), e torque próximo de 18 kgfm a 5.000 rpm – números adequados para o padrão de esportivos médios de meados da década de 1970. A transmissão associada era manual de quatro marchas, item que permaneceu no chassi #1 e foi totalmente revisado durante o processo de restauração. O diferencial traseiro, conectado ao eixo rígido por meio de braços inferiores e triângulos superiores, também passou por reconstrução completa em oficina especializada indicada pela Lotusbits, empresa responsável por resgatar o veículo.
Baseando-se nas informações técnicas disponíveis e conhecimento especializado do segmento, vale lembrar que o propulsor Série 900 ficou famoso pelo bloco de alumínio, cabeçote cross-flow de 16 válvulas e relação diâmetro × curso subquadrada (95,2 mm × 61 mm), privilegiando rotações mais altas e entrega de potência linear, ainda que às custas de menor torque em baixa se comparado a V6 contemporâneos.

🏁 Performance e Dinâmica
A Lotus não divulgou números individuais para cada chassi, mas dados de época apontam aceleração de 0-100 km/h em torno de 8,4 s e velocidade máxima aproximada de 202 km/h para o Éclat 520, valores competitivos frente a Porsche 924 e Triumph TR7. A distribuição de massa, com motor dianteiro-posicionado próximo ao centro geométrico do eixo, e tanque levado à frente da antepara vertical nos primeiros 15 carros, resultava em balanço peso/frente-traseira próximo a 51/49 %. Suspensões independentes por triângulos sobrepostos na dianteira e sistema Chapman strut na traseira – evolução do design de James Chapman para o Elite – garantiam precisão em curvas, reforçando a reputação da marca.

🎨 Design e Dimensões
Assinado por Oliver Winterbottom, o Éclat (código interno Type 76) era essencialmente um Lotus Elite Series 2 adaptado para carroceria fastback. O chassi #1 mantém as proporções originais: 4.360 mm de comprimento, 1.856 mm de largura, 1.210 mm de altura e 2.438 mm de entre-eixos, todos valores constantes no catálogo oficial de 1975. O coeficiente aerodinâmico (Cd) ficava em competitivos 0,30 para a época, ajudado pelo perfil wedge – ícone visual da década de 1970. No exemplar em questão, a antepara traseira vertical deslocou o tanque 110 mm para frente, liberando cerca de 50 L adicionais de volume útil no porta-malas, total estimado de 335 L, mas reduziu significativamente o ângulo de encosto dos bancos traseiros, restringindo-os a crianças ou bagagem suplementar. O exterior recebeu nova pintura Carnival Red, aplicação recomendada pela fábrica e coincidente com o código A49 da paleta Lotus de meados dos anos 70.

📱 Tecnologia e Conectividade
Por se tratar de um clássico da era pré-eletrônica, o Éclat 520 limita-se a instrumentação analógica Smiths, rádio AM/FM opcional e sistema elétrico Lucas 12 V. Durante a restauração, o proprietário optou por preservar a originalidade, substituindo apenas fiação fragilizada e relês por componentes New Old Stock (NOS) de especificação idêntica. Não há equipamentos de infoentretenimento modernos, decisão que mantém a autenticidade e valor histórico do chassi #1.

🛡️ Segurança e Equipamentos
Itens de segurança refletiam as normas britânicas de 1975: discos ventilados de 254 mm na dianteira, tambores de 229 mm na traseira, circuitos de freio em diagonal, volante colapsável e cintos de segurança de três pontos para os assentos frontais. ABS, airbags ou controles de tração simplesmente não existiam no segmento à época. O sistema de iluminação agora recebe upgrade discreto com lâmpadas halógenas H4 de 55/60 W, técnica frequentemente aceita em restaurações para maior segurança sem alterar a estética dos faróis escamoteáveis originais.

💰 Preços e Comercialização
A avaliação pré-leilão de £14.000 a £18.000 posiciona o carro bem abaixo de esportivos clássicos coetâneos mais valorizados, como Ferrari 308 GT4 ou Porsche 911 SC. No entanto, a estimativa condiz com o mercado de Lotus tradicionais, onde raridade, estado de preservação e matching numbers influenciam fortemente. A cotação atual de 1 £ ≈ R$ 6,80 coloca o valor entre R$ 95 mil e R$ 122 mil, cifra que no Brasil mal cobre um hatchback 1.0 zero-km, evidenciando a atratividade do modelo para colecionadores internacionais.

📅 Disponibilidade e Estratégia
O leilão H&H Classics ocorrerá em 30 de julho de 2025, formato presencial e online. Catálogos digitais já podem ser consultados; lances preliminares exigem depósito caução de 10 %. O histórico fotográfico completo da restauração acompanha o lote, bem como manual do proprietário, folheto de época, notas de serviço e Certificado de Proveniência da Lotus Cars, datado de 2019.

🏭 Produção e Desenvolvimento
Produzido em Hethel, Norfolk, entre 1974 e 1982, o Éclat teve 1.539 unidades no total, segundo registros de fábrica; apenas 530 corresponderam à Série 1 (1974-1979). Os 15 exemplares do lote inicial com antepara vertical serviram de validação do processo de engenharia que buscava ampliar capacidade de bagagem para mercados onde esportivos 2+2 competiam com grand tourers. O chassi #1, portanto, não é protótipo, mas o primeiro veículo de produção regular após as unidades de pré-série, fato confirmado por arquivo interno e carimbo de chassi confrontado com planilhas de 1975.

🔮 Conclusões Técnicas
Mesmo entre a vasta linhagem de esportivos britânicos, poucos veículos carregam a distinção de “número um”. O Lotus Éclat 520 chassi #1 combina valor histórico singular, raridade de configuração e restauração criteriosa conduzida segundo padrões de conservação – utilizando peças originais, técnicas period-correct e documentação completa. Para entusiastas de engenharia leve, o modelo representa a transição da Lotus rumo a carrocerias de compósito de fibra de vidro sobre backbone chassis, filosofia que influenciaria o posterior Excel e o ícone Esprit. No mercado atual, onde clássicos com procedência comprovada ganham liquidez, o investimento estimado pode revelar-se conservador, sobretudo considerando que o Type 76 celebra 50 anos em 2025 – ocasião que costuma impulsionar visibilidade e cotação. Ao futuro comprador restará apenas decidir se o espaço traseiro reduzido será ocupado por filhos pequenos ou por malas de fim de semana; de todo modo, poucos poderão afirmar que possuem o primeiro de todos.

Lotus Éclat 520 chassi #1 de 1975 vai a leilão: peça inaugural da linhagem Type 76 renasce após restauração meticulosa - Imagem do artigo original

Imagem: classicandsportscar.com

 

Raridade de 1975! Primeiro Chassi Lotus Éclat 520 Vai a Leilão Após Restauração Impecável