📻 Ouça enquanto lê… Deixe que os sons do passado acompanhem sua viagem pela memória 🎶

Para ler como se estivesse num dia cinza de 1972.

Imagine-se à beira do rio, ouvindo o tempo passar…

Como nas manhãs tranquilas da roça, com o sol entrando pela janela.

O som do passado girando devagar, como os domingos com seus pais.

Quando bastava um botão e paciência para encontrar a voz do mundo.

Restomod de respeito: Datsun 240Z 1971 recebe Weber triplos, coil-overs e pintura pérola sem perder a alma JDM


🚗 Lead Automotivo Técnico

Com apenas 18 anos, o texano Asael Granados transformou um Datsun 240Z 1971 esquecido em garagem num restomod que reúne preparação mecânica à moda antiga, visual alargado e acabamento interno sob medida.

O cupê japonês — doado pelo antigo proprietário sob a condição de rodar novamente — ganhou três carburadores laterais Weber de 40 mm, escapamento Borla 2,5″, coil-overs ajustáveis, pintura laranja metálica com pérola dourada e estofamento em vinil, Alcantara e pied-de-poule.

A história, publicada pelo portal Stance Auto Magazine, reforça a força cultural dos Z-cars e mostra como um clássico pode ser personalizado sem descaracterizar sua essência.

⚙️ Especificações do Powertrain

Informações fornecidas pela fonte:
• Alimentação: três carburadores side-draft Weber 40 DCOE (40 mm)
• Coletor de escapamento tubular (“headers”) ligado a linha completa Borla em tubo de 2,5 pol.
• Arrefecimento: radiador de alumínio de três colmeias com dupla ventoinha elétrica

Baseando-se nas informações técnicas disponíveis e conhecimento especializado do segmento, vale contextualizar que o 240Z de 1971 saía de fábrica com o propulsor L24 — um seis-cilindros em linha, bloco e cabeçote de ferro fundido, 2.393 cm³, comando único no cabeçote (OHC) e taxa de compressão 9,0:1.

No padrão SAE bruto da época, entregava cerca de 151 hp, o que corresponde a aproximadamente 149 cv quando convertido (hp ÷ 1,013).

A adoção de três Weber 40 melhora a respiração do L6, substituindo os carburadores Hitachi SU originais por corpo duplo independente para cada par de cilindros, solução que aumenta a área de garganta, agiliza a resposta do acelerador e permite acerto de mistura mais rico em altas rotações.

Em conjunto com o coletor dimensionado e a linha Borla, a expectativa conservadora é de acréscimo entre 10% e 15% de potência, levando o motor para a casa dos 165–175 cv, sem alterar internamente cabeçote ou pistões.

Para suportar o ganho térmico, Asael instalou radiador de alumínio de três fileiras, material 30% mais eficiente em dissipação que o cobre-latão original, e complementou com ventoinhas elétricas duplas

comandadas por termostato, reduzindo risco de cavitação em regimes prolongados acima de 4.500 rpm — faixa em que carburadores Weber costumam entregar máximo fluxo.

🏁 Performance e Dinâmica

O artigo de origem não traz medições cronometradas. Entretanto, um 240Z original acelerava de 0 a 100 km/h em torno de 8,5 s e atingia 200 km/h, valores competitivos para esportivos dos anos 1970.

Com o upgrade de alimentação e o alívio de peso inerente ao carroceria monobloco de 1.065 kg (valor de fábrica), é plausível projetar melhora de 0,5 s no sprint e ligeiro ganho de velocidade de ponta, desde que a relação final 3,364:1 do diferencial R180 seja mantida.

O uso de coil-overs monoajustáveis — informado na fonte — permite regular altura de rodagem, pré-carga de mola e amortecimento em compressão/retorno num único knob, reduzindo rolagem lateral e transferindo mais carga ao eixo traseiro SA-EIXO (semi-eixo flutuante) durante aceleração.

🎨 Design e Dimensões

A carroceria S30 do 240Z mede 4.115 mm de comprimento, 1.630 mm de largura sem espelhos e 1.285 mm de altura, com entre-eixos de 2.305 mm — proporções clássicas de um fastback 2+2, capô longo e traseira curta.

Asael instalou par de fender flares de 6 pol. (152 mm) tanto na dianteira quanto na traseira, solução de época que lembra os 240Z de corrida da BRE (Brock Racing Enterprises) no campeonato SCCA.

Os alargadores permitem rodas de maior tala — spec ainda não divulgada — sem infringir diâmetro de arco.

A pintura laranja metálica com pérola dourada utiliza base poliéster e verniz de alto sólidos, técnica que amplia profundidade e cria reflexo dourado sob luz solar direta, ressaltando as linhas “sugar-scoop” do farol e a cintura ascendente.

No interior, o estofador @jv_upholstery mesclou vinil preto, Alcantara (microfibra sintética de baixa gramatura) e tecido houndstooth Remake Relicate, remetendo ao padrão dos Z europeus.

Bancos originais tipo concha leve foram mantidos; painel conserva five-pack analógico Smiths-style (velocímetro, conta-giros 8.000 rpm, pressão de óleo, temperatura d’água e amperímetro).

📱 Tecnologia e Conectividade

Apesar de clássico, o proprietário integrou um head-unit retrô-look compatível com Bluetooth, quatro alto-falantes JL Audio de 4 pol. em portas/painel traseiro e subwoofer dedicado em caixa selada.

O sistema preserva estética vintage, mas permite streaming de áudio e chamadas viva-voz — solução comum em restomods que buscam equilíbrio entre autenticidade e usabilidade moderna.

🛡️ Segurança e Equipamentos

Modelos S30 antecedem as exigências de crash test contemporâneas e contam apenas com cintos abdominais de 3 pontos e coluna de direção colapsível.

Granados não mencionou upgrades de freio, mas muitos entusiastas instalam discos ventilados de 280 mm da linha ZX (1984-89) ou kits aftermarket com pinças de 4 pistões para compensar pneus mais largos.

A inclusão de coil-overs já sugere buchas em poliuretano — confirmadas na fonte — que reduzem deflexão de suspensão e melhoram precisão de direção de pinhão-cremalheira.

💰 Preços e Comercialização

O carro não está à venda; o próprio Asael afirma que não pretende se desfazer do Z. No mercado norte-americano, um 240Z em estado “good” é negociado na faixa de US$ 25.000–40.000 (aproximadamente R$ 125.000–200.000), enquanto exemplares com preparação e histórico documental superam US$ 60.000.

No Brasil, unidades importadas por colecionadores atingem R$ 300.000 devido à raridade. Entretanto, qualquer estimativa para o exemplar em pauta seria especulação fora dos padrões de fidelidade exigidos.

📅 Disponibilidade e Estratégia

Não se trata de lançamento comercial, mas de projeto pessoal em evolução contínua. O proprietário planeja, segundo a matéria-fonte, adicionar aerofólio traseiro e novo jogo de rodas, mantendo coerência com a identidade do carro.

🏭 Produção e Desenvolvimento

Produzido entre outubro de 1969 e agosto de 1973 em Hiratsuka, Kanagawa, o Datsun 240Z (código HS30) foi pivotal para a expansão global da Nissan.

Com 168.583 unidades fabricadas, tornou-se ícone dos esportivos japoneses acessíveis. A base monobloco em aço estampado apresenta distribuição de peso próxima a 52/48 (dianteira/traseira) graças ao recuo do seis-cilindros atrás do eixo dianteiro.

Tal arquitetura favorece manutenção de centro de gravidade baixo e, mesmo cinco décadas depois, continua atraente para restauros, pela oferta de peças OEM e aftermarket.

🔮 Conclusões Técnicas

O projeto de Asael Granados ilustra a essência de um restomod bem-executado: atualização de componentes-chave — alimentação, suspensão e estética — sem diluir a personalidade mecânica que consagrou o Z.

A adoção de carburadores Weber 40 DCOE é, ao mesmo tempo, tributo histórico aos preparadores dos anos 1970 e ganho prático de fluidez de ar-combustível, potencializando o L24 sem recorrer a swaps modernos que, por vezes, descaracterizam o modelo.

A suspensão coil-over ajustável corrige a altura elevada original para padrões atuais e prepara o chassi para o acréscimo de grip proporcionado pelos flares.

Do ponto de vista cultural, o relato reforça como projetos de garagem — viabilizados por networking, mentorias familiares e comunidades online — mantêm viva a herança dos esportivos japoneses.

Para jovens entusiastas, o 240Z de Asael demonstra que planejamento, inspeção estrutural e metas financeiras claras são tão importantes quanto a paixão.

Já para o mercado de clássicos, a crescente valorização dos S30 comprova que intervenções reversíveis, documentadas e coerentes com a época podem aumentar o valor histórico sem afastar colecionadores puristas.

Em síntese, este Datsun 240Z 1971 não é apenas uma máquina: é uma aula prática sobre equilíbrio entre autenticidade e personalização técnica.

Seja pelo ronco encorpado que os Weber triplos produzem acima de 5.000 rpm, seja pelo brilho do laranja pérola sob o sol texano, o Z de Asael Granados reafirma que memória automobilística e inovação podem — e devem — coabitar o mesmo cofre de motor.

Restomod de respeito: Datsun 240Z 1971 recebe Weber triplos, coil-overs e pintura pérola sem perder a alma JDM - Imagem do artigo original

Imagem: stanceauto.co.uk

 

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