TÍTULO: Silverstone Festival 2025 coloca 23 clássicos sob o martelo — da simplicidade do Morris Minor ao mito Lamborghini Countach
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🚗 Lead Automotivo Técnico
De 22 a 24 de agosto de 2025, o Silverstone Festival transforma o lendário autódromo britânico em vitrine para uma seleção de 23 veículos de coleção que serão leiloados pela Iconic Auctioneers. A lista, que abrange quase oito décadas de história automotiva, traz desde um raro Alvis 12/50 de 1927 até o icônico Lamborghini Countach LP400 “Periscopio”, passando por esportivos de homologação, conversíveis customizados e até uma van Ford Transit praticamente zero-km. Os lotes estão divididos entre o Iconic Sale (sábado, 23) — focado em exemplares de alto valor — e o Classic Sale (domingo, 24), dedicado a modelos mais acessíveis, mas igualmente cheios de personalidade.
⚙️ Especificações do Powertrain
Baseando-se nas informações técnicas disponíveis e conhecimento especializado do segmento, segue um panorama dos conjuntos motopropulsores presentes:
• Alvis 12/50 1927: quatro-cilindros 1.5 L de cabeça fixa (OHV), típica entrega de 30-35 cv (contexto), câmbio manual de quatro velocidades.
• Porsche 356 Speedster pré-A 1955: clássico boxer 1.5 L refrigerado a ar, 55 cv de fábrica; este exemplar manteve motor original, refeito apenas com novos anéis de pistão.
• AC Ace Bristol 1958: seis-cilindros em linha 2.0 L Bristol (código D2), potência de 125 cv (contexto histórico), câmbio manual de quatro marchas.
• Austin-Healey Sprite 1959: quatro-cilindros 948 cm³, 43 cv; famoso pelo layout leve (635 kg) e tração traseira.
• Fiberfab Jamaican 1962: chassi Austin-Healey 3000, seis-cilindros 2.9 L (150 cv, contexto) acoplado a câmbio Toyota de cinco marchas instalado na restauração de 2018.
• Morris Minor Traveller 1963: quatro-cilindros Série A 1.1 L (48 cv), robusto e fácil de manter.
• Chevrolet Corvette Sting Ray 1965: V8 small-block 327 pol³ (≈5,4 L) de fábrica, potência variando entre 250 e 375 cv (dependendo do código de motor; não especificado no lote).
• Lamborghini 400GT 2+2 1967: V12 4.0 L (320 cv), câmbio manual de cinco marchas, tração traseira.
• Datsun Fairlady Z432 1970: seis-cilindros S20 2.0 L DOHC, 160 cv, três carburadores Mikuni e quatro válvulas por cilindro.
• Lamborghini Countach LP400 1975: V12 3.9 L longitudinal, 375 cv, câmbio manual de cinco marchas.
• Maserati Merak 1975 (Saurer): V6 3.0 L de origem Citroën-Maserati, 190 cv.
• Porsche 924 1979: quatro-cilindros 2.0 L (125 cv).
• Ford Fiesta Fly 1980: quatro-cilindros 1.3 L Kent Crossflow (≈60 cv).
• Ford Transit 1984: quatro-cilindros 2.0 L Pinto, cerca de 78 cv (contexto).
• Opel Manta 400 1984: quatro-cilindros 2.4 L CIH, cabeçote 16 v, 144 cv.
• Alfa Romeo 75 1989: quatro-cilindros Twin Spark 2.0 L (148 cv).
• Volkswagen Golf G60 Rallye 1989: quatro-cilindros 1.8 L supercharger G-Lader, 160 cv.
• Toyota Celica GT-Four Carlos Sainz 1992: quatro-cilindros 3S-GTE 2.0 L turbo, 208 cv.
• Lotus Esprit S4 1995: quatro-cilindros 2.2 L turbo (264 cv).
• Mercedes-Benz SL320 1999: V6 3.2 L (224 cv).
• Range Rover 4.2 Supercharged 2006: V8 AJ-V8 4.2 L compressor, 400 cv.
• Subaru Impreza WRX STi Spec C 2006: quatro-cilindros boxer 2.0 L turbo, 280 cv JDM.
• MG XPower SV 2007: V8 4.6 L modular Ford, 320 bhp ≈ 317 cv.
🏁 Performance e Dinâmica
Os números oficiais de aceleração e velocidade máxima não foram divulgados no catálogo, porém alguns modelos já carregam fama consolidada. O Lamborghini Countach LP400, por exemplo, faz 0-100 km/h em cerca de 5,6 s e atinge 295 km/h (dados de fábrica), graças à relação peso-potência inferior a 4,2 kg/cv. Já o Datsun Z432, além de peso contido em aproximadamente 1040 kg, traz comando duplo de válvulas e alimentação tripla, garantindo giro livre acima de 7000 rpm — característica vital para as pistas nipônicas de Suzuka e Fuji na época. No campo dos hot-hatches, o Golf G60 Rallye homologado para o Grupo A oferece 0-100 km/h em 7,8 s (contexto histórico) com tração integral Sinchromesh.
🎨 Design e Dimensões
A variedade estética impressiona:
• O Weymann fabric-body do Alvis demonstra técnicas artesanais de 1920, com tecido tensionado sobre estrutura de madeira, resultando em peso baixo e excelente absorção de vibrações.
• O Porsche Speedster pré-A mantém pátina preservada deliberadamente — tendência “survivor” valorizada no mercado de coleção por manter originalidade.
• A carroceria inteira em fibra de vidro do Fiberfab Jamaican exibe influências de Ferrari Daytona e Corvette C3, destacando a cultura dos kit-cars norte-americanos dos anos 60.
• A perua Morris Minor Traveller combina assoalho monobloco metálico com painéis laterais em freixo, solução mista típica do pós-guerra britânico.
• O Lamborghini 400GT, convertido em right-hand drive pela Hooper, conserva linhas de Carrozzeria Touring Superleggera com faróis duplos carenados.
• No Countach Periscopio, a icônica abertura no teto para o espelho retrovisor resolve a limitada visibilidade traseira sem comprometer o coeficiente aerodinâmico de 0,42 (para época).
• A conversão Fiesta Fly reforça soleiras e sela a tampa do porta-malas, compensando a perda estrutural do teto — prática comum antes da popularização dos métodos de estampo a quente.
📱 Tecnologia e Conectividade
Por se tratar de leilão de veículos clássicos, as soluções eletrônicas modernas são escassas. Exceção feita ao Range Rover 4.2 Supercharged, que já oferece controle de tração Terrain Response de primeira geração, suspensão pneumática adaptativa e navegação integrada, além de rádio digital DAB (padrão europeu). O Mercedes SL320 traz capota elétrica hidráulica e controle de estabilidade ESP, enquanto o Subaru Impreza Spec C inclui ECU reprogramável de fábrica, sem airbags laterais para reduzir peso.
🛡️ Segurança e Equipamentos
Modelos das décadas de 2000 já contam com ABS de série (Range Rover, SL320, MG XPower SV), enquanto os mais antigos dependem de soluções mecânicas: freios a tambor (Alvis, Morris), discos sólidos dianteiros (Corvette 65) ou upgrade posterior, caso do AC Ace Bristol com possíveis discos Dunlop na restauração (não confirmado pela casa de leilões). O Opel Manta 400 recebe arco de segurança parcial e reforços estruturais em função da homologação Grupo B.
💰 Preços e Comercialização
Todos os valores abaixo são estimativas da Iconic Auctioneers:
• Faixa de entrada: Alvis 12/50 (£6000-8000 / US$8000-11 000) e Fiesta Fly (£8000-10 000 / US$11 000-13 000) — ideais para colecionador iniciante.
• Segmento médio: Corvette C2 (£45 000-55 000), Manta 400 (£65 000-70 000) e Golf Rallye (£45 000-55 000).
• Alta valorização: Porsche 356 Speedster (£350 000-400 000), Lamborghini 400GT (£330 000-380 000) e Countach LP400 (estimativa confidencial).
Os lotes sem reserva, como o Morris Minor Traveller, podem surpreender com disputa acirrada, sobretudo após a exposição televisiva por Ant Anstead.
📅 Disponibilidade e Estratégia
Os veículos do Iconic Sale serão leiloados em 23 de agosto, enquanto o Classic Sale ocorre em 24 de agosto. Interessados podem realizar lances presenciais no The Wing, online ou via telefone, mediante registro prévio junto à Iconic Auctioneers. Todas as conversões cambiais foram calculadas pela própria casa no momento da publicação do catálogo.
🏭 Produção e Desenvolvimento
O leilão evidencia feitos de engenharia: do V12 Bizzarrini-Lamborghini fundido em alumínio ao robusto bloco de ferro Pinto, criado para uso pesado. O MG XPower SV, por exemplo, utiliza monocoque em fibra de carbono produzido pela SP Systems e painéis moldados pela Belco Avia, demonstrando como técnicas aeronáuticas migraram para a indústria automotiva no início dos anos 2000.
🔮 Conclusões Técnicas
A curadoria da Iconic Auctioneers comprova que o mercado de clássicos permanece diversificado e resiliente. Modelos de baixíssima produção — caso do Datsun Z432 (≈420 unidades) ou do Opel Manta Irmscher (59 unidades) — tendem a valorização por raridade, enquanto ícones universalmente desejados, como o Countach e o Speedster, mantêm liquidez global. Para o público brasileiro, o evento serve como termômetro de tendências: homologações de rally (Manta 400, Celica GT-Four) e hatches sobrealimentados (Golf G60) ganham apelo entre colecionadores jovens, ao passo que GTs V12 italianos continuam patrimônio seguro. Quem busca entrada acessível pode mirar no Sprite ou no Fiesta Fly, lembrando que custos de importação e conformidade no Brasil exigem planejamento. No geral, o Silverstone Festival 2025 reafirma o autódromo como polo de cultura automotiva, onde engenharia, design e história se encontram em alta rotação — e com preços que refletem não apenas a escassez, mas a narrativa por trás de cada odômetro.
Imagem: classicandsportscar.com
