Aston Martin Vanquish Volante 2026: o ápice britânico dos V-12 conversíveis com 814 cv
🚗 Lead Automotivo Técnico
A Aston Martin inicia as entregas globais do novo Vanquish Volante 2026, conversível gran-turismo que eleva o tradicional V-12 biturbo de Gaydon a patamares raros de potência, exclusividade e preço. Serão apenas 1.000 unidades por ano—400 delas sem teto rígido—com carroceria integralmente em fibra de carbono, motor 5.2 L revisado para 824 hp (≈ 814 cv) e torque monumental de 738 lb-ft (≈ 102 kgfm).
Acoplado a um transaxle automático de oito marchas, o conjunto motopropulsor promete 0–100 km/h em cerca de 3,5 s e velocidade máxima de 344 km/h, números que colocam o Vanquish acima do DB12 e no mesmo radar de rivais como o inédito Ferrari 12Cilindri Spider.
À venda imediatamente nos EUA por US$ 489.700 (US$ 595.300 na unidade avaliada), ele estreia o recurso Boost Reserve para eliminar turbo-lag e reafirma o papel da marca como guardiã dos doze-cilindros em plena era da eletrificação.
⚙️ Especificações do Powertrain
A essência do Vanquish Volante é o novo V-12 5.204 cm³ (formato V a 60°) com dupla sobrealimentação, bloco e cabeçotes em alumínio, injeção direta de alta pressão e comando variável de válvulas.
Segundo a fonte, a Aston Martin redesenhou componentes internos—pistões forjados, bielas reforçadas e novo perfil de turbocompressores—para atingir 824 hp a 6.250 rpm e 738 lb-ft entre 2.750 e 5.500 rpm.
Convertendo aos padrões brasileiros, falamos em 814 cv e 102 kgfm, cifras que requerem gerenciamento eletrônico robusto: central de injeção Bosch MG1, ignição individual por bobina-caneta e mapa de torque integrado ao controle de tração/estabilidade.
O câmbio ZF 8HP75 é montado em posição traseira (transaxle) e ligado ao motor por eixo cardã de fibra de carbono, arranjo que distribui massa 48:52 e reduz inércia no eixo dianteiro.
A tração permanece apenas nas rodas traseiras—fiel à linhagem GT tradicional—e conta com diferencial autoblocante eletrônico (eLSD) gerenciado pela dinâmica veicular integrada.
O novo modo Boost Reserve, citado na reportagem, mantém as wastegates parcialmente fechadas durante desacelerações leves, conservando pressão positiva nos coletores e garantindo retomadas instantâneas.
🏁 Performance e Dinâmica
Dados oficiais da Aston Martin apontam 0–60 mph em 3,3 s; usando fator 1,05, obtém-se 0–100 km/h em aproximadamente 3,5 s, enquanto a velocidade terminal atinge 214 mph (344 km/h).
A relação final mais longa, preservada do DB12, permite cruzeiros de 97 mph (156 km/h) a meros 2.000 rpm em 8ª, comportamento típico de um gran-turismo de pernas longas.
Com 2.005 kg (4.421 lb) em ordem de marcha, a relação peso/potência fica em excelentes 2,46 kg/cv, valor próximo ao de superesportivos com motor central.
A rigidez estrutural da carroceria monocoque em compósito minimiza torções, mas o repórter observou leve vibração de longarina (“cowl-shake”)—inevitável em conversíveis de alto desempenho.
A suspensão utiliza arquitetura double-wishbone dianteira e multilink traseira, com amortecedores adaptativos de três níveis (GT, Sport, Sport+).
Mesmo no modo GT, calibrado para uso diário, o eixo traseiro apresenta rigidez elevada, exigindo parcimônia no acelerador em curvas lentas.
Pneus Pirelli P Zero 325/30 ZR 21 no eixo motriz e 275/35 ZR 21 à frente trabalham com vetorização de torque via frenagem e eLSD para conter o ímpeto dos 102 kgfm.
🎨 Design e Dimensões
Esteticamente, o Vanquish Volante retoma proporções clássicas: capô longo, habitáculo recuado e traseira curta.
O teto de lona multicamada recolhe em 14 s até 50 km/h, sacrificando parte do bagageiro, que fica em 9,15 ft³ (≈ 260 L)—valor aceitável para viagens curtas a dois.
Faróis matriciais full-LED seguem a assinatura “Stella” estreada no DB12, enquanto a grade em alumínio fresado alimenta intercoolers duplos.
Rodas forjadas de 21″ escondem discos carbono-cerâmicos de 410 mm (dianteira) e 360 mm (traseira) com pinças Brembo de seis e quatro pistões, respectivamente.
O interior mantém o layout inaugurado pelo DB12, com console central elevado e molduras em fibra de carbono aparente.
Couro Bridge of Weir recobre painel, bancos e painéis de porta, mas a crítica especializada destaca pouca diferenciação visual frente aos modelos menores da gama, apesar do acréscimo de mais de US$ 200.000 no preço.
📱 Tecnologia e Conectividade
A central multimídia roda sistema proprietário sobre plataforma Android, traz chip 5G integrado e atualizações over-the-air.
A grande novidade é a compatibilidade com Apple CarPlay Ultra, exigindo iPhone recente para espelhamento de conteúdo 4K no cluster digital de 12,3″ e na tela táctil de 10,3″.
Diferente de muitos supercarros, o Vanquish conserva comandos físicos para climatização, modos de condução e volume—decisão elogiada pela ergonomia.
O carregador sem fio, porém, pode superaquecer o smartphone, limitando a usabilidade do CarPlay, conforme alertou o artigo original.
🛡️ Segurança e Equipamentos
Embora a Aston Martin não divulgue resultados em Latin NCAP ou Euro NCAP, o pacote de assistentes inclui controle de cruzeiro adaptativo, frenagem autônoma de emergência, monitor de ponto cego e alerta de tráfego cruzado traseiro.
O controle de estabilidade integra seis eixos de medição inercial para calibração em tempo real, crucial quando se libera a plena força do V-12 em pisos de baixa aderência.
Airbags frontais, laterais e de joelho completam o conjunto, além de estrutura A-pillar reforçada para capotamentos.
💰 Preços e Comercialização
Nos Estados Unidos, o Vanquish Volante parte de US$ 489.700; a unidade testada somava US$ 595.300 com pintura sob medida Q by Aston Martin, rodas leves opcionais e pacote interior Inspire+.
Conversão direta colocaria o modelo na casa de R$ 2,9 milhões, sem impostos de importação ou IPI. No Brasil, onde a marca opera via importador oficial, a tendência é de lote sob encomenda, tributos
específicos e potencial preço final superior aos R$ 5 milhões—análise baseada na carga fiscal atual para superesportivos acima de 4.000 cm³.
📅 Disponibilidade e Estratégia
O conversível já pode ser configurado e encomendado, com entregas iniciadas nos principais mercados (EUA, Europa, Oriente Médio).
A produção mundial está limitada a 1.000 exemplares anuais, dos quais 40% Volante, reforçando o posicionamento de “V-12 para colecionadores” antes da chegada do híbrido plug-in Valhalla (1.000+ cv) em 2025. A Aston aposta que a escassez natural e o apelo sonoro de 12 cilindros atrairão entusiastas dispostos a pagar o ágio frente ao DB12 e ao Vantage.
🏭 Produção e Desenvolvimento
O modelo é montado na planta de Gaydon (Reino Unido) em linha parcialmente artesanal: carroceria em carbono pré-impregnado curada em autoclave, motor V-12 usinado e montado manualmente em Colbrook.
A reengenharia do propulsor incluiu parceria com a Mahle para reduzir perdas por fricção e cumprir limites Euro 6e, além de bomba elétrica auxiliar de óleo que garante lubrificação em até 1,6 g laterais.
🔮 Conclusões Técnicas
Baseando-se nas informações técnicas disponíveis e conhecimento especializado do segmento, o Vanquish Volante 2026 consolida-se como um dos últimos grandes GTs puramente a combustão.
O V-12 biturbo de 814 cv entrega aceleração brutal sem comprometer a capacidade de viajar longas distâncias em giro baixo, característica reforçada pela relação final alongada do transaxle.
A nova lógica Boost Reserve resolve o eterno dilema do turbo-lag e evidencia a competência da Aston em eletrônica de motor.
Dinâmica de chassi equilibrada, direção progressiva e amortecedores bem calibrados demonstram que não se trata apenas de um propulsor envolto em carroceria bonita; há engenharia refinada para administrar massa superior a duas toneladas.
Pontos de atenção ficam para o espaço de bagagem limitado, vibrações estruturais típicas de conversíveis e a cabine semelhante à de modelos mais acessíveis da marca, o que pode frustrar quem espera exclusividade absoluta.
Em um cenário de eletrificação acelerada e restrição a motores de grande cilindrada, o Vanquish Volante surge como peça de coleção: potência descomunal, design escultural e produção restrita a 400 unidades/ano.
Para quem valoriza a musicalidade dos doze cilindros e exige dirigibilidade GT legítima, faz todo o sentido técnico e emocional—mesmo custando o dobro de um DB12 Volante e enfrentando concorrentes híbridos mais modernos.
No fim, ouvir o arranque metálico do V-12, baixar a capota e devorar quilômetros a 3.000 rpm é experiência que nenhum powertrain eletrificado atual consegue reproduzir.
Imagem: motor1.com
